Texto: Geraldo Tite Simões
Imagens: Guilherme Padua
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Radical vezes cinco!
Guilherme Padua faz parte da equipe de Antoine Girard |
Montanhismo é cansativo. Corrida na montanha é uma forma radical de curtir os pontos altos da natureza. Mas se misturar tudo isso com um voo desafiador de parapente nas mais belas montanhas da Europa aí temos o Red Bull X-Alps, uma competição de 1.100 km por seis países, criada para superdotados, que em 2019 terá um brasileiro: Gui Pádua, 44 anos, mineiro de Pratápolis, hiker, paraquedista e campeão mundial de skysurfe.
– É uma prova casca grossa, exige experiência, resistência, não é pra qualquer um – explicou Gui Pádua, que integrará a equipe France 3, fazendo o papel de suporte do atleta Antoine Girard, quarto colocado nesta prova em 2015. “Minha função será acompanhar de perto o atleta, levar barraca, fazer comida, dirigir o carro de apoio e tudo mais que precisar!”, declarou entusiasmado o brasileiro que bateu o recorde de travessia da Suíça correndo a pé pelos Alpes.
Essa competição é realizada a cada dois anos e envolve cinco modalidades: corrida a pé, hiking, corrida de aventura, montanhismo e parapente, com largada em Salzburg (Áustria) e chegada em Mônaco. Cada participante tem de percorrer uma média de 100 km por dia, encerrando a difícil jornada com um voo até a bandeirada final. Nesta hora entra em cena o imponderável fator clima. Se não tiver condição de voo o competidor deve cumprir o percurso a pé ou dormir na montanha até esperar uma condição ideal de decolagem!
Segundo os próprios atletas esta é a mais difícil corrida de aventura do mundo, porque exige tanto física quanto mentalmente. É normal a desistência por esgotamento psicológico. Para Gui Pádua “o treinamento é físico é essencial, mas o que mantém o atleta é a força mental, ser capaz de se superar a cada dia”.
De acordo com o regulamento, os competidores não tem meta diária, vence quem chegar primeiro em Mônaco e esse tempo pode levar de 7 dias (recorde) até 14 dias, que é o tempo máximo. Um dos fatores que mais contribui para a diferença de média horária é a condição de vento. “Se os ventos estiverem na direção da meta, em Mônaco, pode reduzir bem o tempo total, mas se estiverem contra o ritmo fica comprometido”, explica Gui Pádua.
Outra curiosidade dessa competição é que os atletas não têm um roteiro definido, apenas são obrigados a passar por pontos pré-determinados. Cada um escolhe por onde e qual montanha vai subir, assim como o ponto de decolagem, mas devem passar por sete pontos obrigatórios que ficam registrados no aparelho de GPS. Essa é uma grande sacada dessa competição: cada atleta leva um aparelho de GPS com telefonia por satélite e os fãs podem acompanhar seu atleta favorito (ou mais de um) em tempo real!
Em 2019 já foram confirmados 32 atletas de 20 países, com idade média de 35 anos. O roteiro ainda não foi definido, porque muda a cada edição. A largada será dia 16 de junho, mas os competidores só saberão o roteiro no dia 12 de março. Claro que assim que for revelado vamos publicar aqui no Hike & Fly.
Para ver como foi a prova de 2017 clique AQUI.